É que, no dia 5 de outubro, começou a fase de cadastramento do PIX, novo meio de pagamentos e transferências desenvolvido pelo Banco Central para facilitar transações financeiras. Isso acabou desestabilizando sistemas de várias instituições financeiras, que não esperavam tamanha adesão.
Mas, se uma multidão correu para garantir suas “chaves” do PIX, uma outra multidão não faz ideia do que seja todo esse alvoroço.
Neste artigo, a gente te ajuda a entender o PIX e a compreender seu funcionamento. Explicaremos os seguintes tópicos:
Então, se você até entendeu o que é, mas quer ter certeza; ou se não sabe nada sobre o PIX, aqui vai uma explicação simples e didática para tirar suas dúvidas!
O que é o PIX?
O PIX é um novo meio de pagamentos e transferências desenvolvido pelo Banco Central para facilitar as transações financeiras.
Ele serve para compras e pagamento de contas, mas espera-se de verdade que ele seja o grande substituto de DOCs e TEDs. Isso porque ele será gratuito, estará disponível a qualquer hora, todo dia, e a quantia cai na hora.
Com o PIX, será possível realizar compras e pagar ao lojista imediatamente pelo celular, via aplicativo da instituição bancária do consumidor, sem precisar de dinheiro, cartão de crédito ou boleto. Os órgãos governamentais também vão aderir ao PIX, para que os cidadãos possam pagar contas e tributos de forma instantânea.
O que são as chaves PIX?
Com os PIX, as pessoas poderão fazer e receber pagamentos ou transferências via QR Code, link ou inserção dos dados de pessoas físicas e jurídicas, como e-mail, número de celular, CPF ou CNPJ: são estas as chamadas chaves PIX.Em outras palavras, seu CPF ou CNPJ, e-mail e celular funcionarão como uma espécie de "apelido" para identificar o usuário e, por consequência, os dados bancários deste usuário.
Isso quer dizer que você pode, por exemplo, ter essas chaves cadastradas em mais de um banco. Entretanto, não poderá usar o mesmo dado mais de uma vez. Por exemplo: se você cadastrar seu CPF como uma chave PIX em um banco, não poderá usá-lo como chave PIX em outro. Mas você pode usar outro dado para ter uma chave PIX em um banco diferente, como seu e-mail ou celular.
Na prática, você tem o CPF como sua chave PIX do banco XPTO, o e-mail como chave PIX do banco FULANO, o celular como chave PIX do banco BELTRANO, e assim por diante. Ou você pode cadastrar todos os seus dados no mesmo banco, para ter opções, mas, na prática, não faz muito sentido.
Como cadastrar uma chave PIX?
O PIX não é um aplicativo, nem um banco. Não há a necessidade de abrir uma conta específica para cadastrar uma chave do PIX ou para utilizar o serviço.
Cada instituição financeira disponibilizou uma maneira para cadastrar as chaves PIX de seus usuários. Isso porque o sistema estará disponível para correntistas de quaisquer bancos, clientes de algumas fintechs e outras financeiras credenciadas pelo Banco Central.
Em tese, a pessoa física ou jurídica só precisa ter uma conta corrente, conta de poupança ou uma conta de pagamento pré-paga para ter direito a usar o PIX.
Como funciona o pagamento via PIX?
O PIX funciona como as transações atuais, via DOC ou TED, com a diferença de ser gratuito, sem horário específico e disponibilizar o dinheiro instantaneamente.
O PIX terá recursos de agendamento de pagamentos e enviará comprovantes para quem paga e quem recebe pelo sistema, sendo que as transações feitas pelo PIX devem aparecer no extrato da conta.
Por ser instantâneo, é sempre importante que o usuário tenha um cuidado extra ao realizar a transação. Valores enviados por engano não podem ser estornados automaticamente. Há uma funcionalidade de devolução total ou parcial prevista, mas a negociação só pode ser aberta pelo recebedor.
Por enquanto, o Banco Central não determinou limite máximo de valores para fazer um PIX, mas autorizou as instituições financeiras a estabelecerem limites máximos para transferências, visando diminuir o risco de fraudes, golpes, lavagem de dinheiro e até o financiamento do terrorismo.
A segurança das transações será garantida pelos protocolos de segurança cibernética, prevenção à lavagem de dinheiro e antifraude do BS2, aderentes às políticas do Banco Central e instituições competentes.
Qual é a diferença entre o PIX, DOC, TED e TEF?
A movimentação ao redor do PIX fez muita gente tentar entender por que essa opção está fazendo tanto sucesso antes mesmo do lançamento. Entenda, então, a diferença entre cada tipo de transação e compare-as com as explicações sobre o PIX que você acabou de ler.
O que é DOC?
O DOC (Documento de Ordem de Crédito) é um serviço para transferir dinheiro para contas em outros bancos. Existem duas modalidades de DOC: o tipo C, entre contas de titulares diferentes, e o tipo D, entre contas do mesmo titular.
Há um limite de R$ 4.999,99 para transferências por DOC. Além disso, a compensação do pagamento é de 1 dia útil, ou seja, o dinheiro não cai na hora. Por isso não há um limite de horário para fazer um DOC, a não ser algumas horas em finais de semana.
As instituições financeiras cobram taxas para realização de DOCs.
O que é TED?
A grande diferença do DOC para a TED (Transferência Eletrônica Disponível) é que ela não passa pelo sistema de compensação dos bancos. Assim, a transferência cai na conta do recebedor na mesa hora.
Desde de janeiro de 2016, essa modalidade de transferência não tem limite máximo nem limite mínimo.
Assim como no DOC, existem dois tipos de TED: a tipo C, para transferências entre contas de titularidades diferentes, e a tipo D, quando as contas são do mesmo titular. A taxa cobrada é um pouco mais alta que a do DOC, pela conveniência oferecida pela TED.
O que é TEF?
De um modo geral, os bancos usam a TEF (Transferência Eletrônica Financeira) para transferências entre contas do mesmo banco e a TED e o DOC para instituições diferentes.
Esta opção também não tem horários definidos e costuma não cobrar taxas. Quando há, são frequentemente menores do que as cobradas para DOC ou TED.